Quem é você?

janeiro 20, 2017
Há alguns atrás, na verdade há muitos anos atrás, eu comecei a procurar um emprego assim que terminei o Ensino Médio. Eu fiz um currículo e decidi ir em algumas agências de emprego para entregá-lo e quem sabe encontrar uma oportunidade de trabalho. Depois de bater perna, eu entrei em uma agência e a atendente disse que tinha uma vaga para recepcionista e não exigia experiência, eu fiquei super empolgada com a possibilidade de começar a trabalhar. A moça pediu para que eu esperasse em uma sala, logo depois voltou com papel e caneta, e pediu para eu escrever uma redação com o título “Quem sou eu”.

Naquele momento, eu fiquei um pouco paralisada, nunca tinha feito uma entrevista de emprego, e eu não sabia responder quem eu era. Talvez por nunca ter enfrentado aquele tipo de situação eu tenha me sentido mais desconfortável. Então, comecei a escrever um monte de abobrinha sobre quem eu achava que eu era, e entreguei para ela. Ela leu na minha frente, e disse que qualquer coisa me ligaria, eu sabia que ela não iria ligar, a redação tinha ficado uma droga, não tinha erros de português, mas era vaga, não havia nada concreto sobre mim mesma escrito ali, porque realmente eu não sabia quem eu era.


Hoje, anos depois, eu estou em outra profissão e trilhando caminhos completamente diferentes dos que eu idealizei anos atrás, caminhos que foram idealizados quando eu não sabia quem eu era e quando eu vivia de acordo com que os outros achavam melhor para mim. Eu tentei inúmeros vestibulares, letras, nutrição, biologia e me formei farmacêutica, não trabalho com medicamentos e sim com alimentos, e hoje me conhecendo um pouco mais, acho que deveria ter cursado psicologia, mas é a vida, e essas foram as escolhas feitas quando eu começava a tentar me conhecer.

Atualmente, quando eu me pergunto quem eu sou, eu já sei responder com mais detalhes essa instigante pergunta, que parece boba, mas às vezes é tão difícil de ser respondida. Eu já tentei ser outra pessoa durante um tempo em um emprego onde eu achava que meu jeito reservado não agradava, eu queria ser mais extrovertida, mas eu sofria, quando diziam para eu falar mais alto. Eu tentei ser outra pessoa, quando achei que deveria participar de festas, mesmo estando desconfortável com isso, afinal eu não poderia ser introvertida e reservada, pois isso é defeito aos olhos dos outros.

Só que não dá para não ser você mesmo por muito tempo, é doloroso, é difícil. Então, com o tempo, você se olha e se pergunta:

Quem sou eu?


Ao responder essa pergunta sem levar em consideração, as expectativas dos pais, do parceiro, dos irmãos, dos parentes, dos amigos, você passa a enxergar a sua verdadeira essência. Você precisa responder quem é você fora da realidade do outro, você precisa responder quem é você de verdade, tirando todo o preconceito que foi plantado em você, varrendo todas as crenças limitantes que foram programadas em você sem o seu consentimento.

Hoje, eu sei quem eu sou, e não abro mão de quem eu me tornei. Amanhã, eu posso estar melhor de acordo com a minha evolução, mas, hoje eu sei quem eu realmente sou, e quando eu me incomodo com a opinião do outro sobre mim, eu me pergunto, peraí, eu sou feliz assim? Se a resposta for sim, ótimo, eu não preciso me importar com o que o outro pensa a meu respeito. O que para uns é defeito para outros é qualidade. Então, seja você mesmo, dentro do que você acha importante, dentro das suas verdadeiras crenças, dentro das suas vontades, sem a interferência do outro.
Pode ser que você mude ao longo do tempo, eu mudei, e sei que posso mudar mais, se isso me fizer bem. O importante é você conhecer a sua base, o que sustenta o seu edifício, e assuma isso para você.
Analise sua vida e me diz uma coisa, você consegue responder a pergunta:


Quem é você? 

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