Sugestão do leitor(a): Relacionamentos – a perda da identidade

Sugestão do leitor: Marcelo Cabral

Oi pessoal! Vou iniciar hoje uma nova categoria de posts aqui no blog, chamada “Sugestão do leitor(a). Eu estou recebendo algumas sugestões e muitas são bem pertinentes. Então, se você quer saber sobre algum assunto que tenha a ver com a temática do blog, é só mandar um e-mail para angelicadiniz9@gmail.com. Caso o assunto já tenha sido discutido eu enviarei para você o link do post para leitura, e caso não tenha sido, eu avaliarei se o assunto pode ser discutido aqui no blog e publicarei um post novo.

E para começar hoje nós vamos discutir um pouco sobre relacionamentos que foi a primeira sugestão recebida. Eu não sei se essa era exatamente a sugestão do leitor, porque o tema abrange diversas vertentes, mas o meu coração sentiu de expor sobre a perda de identidade condicionada aos relacionamentos, e acho que a mulherada é mestre nisso, pois vejo, mais mulheres abrindo mão de si mesmas em busca de serem aprovadas pelos parceiros, os homens geralmente são mais sossegados em relação à isso, e existem explicações culturais para esse comportamento, que não entraremos em detalhe agora. Mas, isso não quer dizer que muitos deles também não percam suas identidades quando se relacionam com mulheres muito controladoras, pode acontecer sim. Eu não sei se eu sou a melhor pessoa do mundo para falar sobre relacionamentos, mas vou discutir sobre um assunto que aconteceu comigo e que vejo acontecendo com inúmeras pessoas e acredito que pode fazer você repensar melhor o seu relacionamento. Só lembrando, que o que você vai ler é só uma sugestão e vai muito do seu coração acolher ou não. Essa não é uma verdade absoluta, pois cada ser humano é único, um oceano de emoções, portanto nem tudo que é bom para mim será bom para você. É importante, que você avalie por você essa sugestão de hoje, e se achar que seus caminhos estão difíceis porque você tem esse tipo de comportamento, talvez seja a hora de tentar mudar, senão, está tudo bem, cada um tem a sua hora.

Há alguns dias atrás, eu li a seguinte mensagem no Facebook:



Eu quase perdi a minha identidade em um relacionamento, eu me sentia meio sufocada porque eu estava com ele por carência e preocupação com a opinião alheia. Eu cheguei a chorar um dia conversando com a minha mãe e minha irmã porque eu me sentia muito confusa, eu não queria estar com ele, mas achava que precisava estar. Sentiu o drama? Eu senti muito mais, pois durante esse relacionamento desenvolvi ansiedade, por que será hein? Será que o rapaz era o culpado? Nesse caso, claro que não. A responsabilidade sempre foi minha. Eu escolhi continuar. Você estará sempre escolhendo um ou outro caminho, por mais que você queira culpar o outro, a responsabilidade também passa por você.

Eu tinha uma opção, terminava ou continuava. Decidi continuar e começou o tormento. Enquanto, eu estava sendo eu mesma, até que as coisas iam bem, o problema foi quando eu comecei a me sentir pressionada a mudar. Eu abri mão do meu gosto por livros de autoajuda (gente, hoje eu não tenho vergonha disso não, leio livros de autoajuda mesmo, na minha prateleira, você pode encontrar alguns romances, literatura nacional, mas tá cheio de livros que falam sobre autoconhecimento, comportamento, yoga, meditação, religião). Só que eu escondi isso dele, porque ele achava ridículo, portanto, me acharia ridícula também, certo. Ele começou a dar pitaco nas cores de esmalte, vermelho não combina com você, eu só usava base transparente e rosa, eu dizia que achava uma roupa bacana na vitrine, ele dizia que nada a ver aquilo comigo, eu não sei de onde que ele tirou que eu não gostava de praia, vai ver que eu disse pra agradar, nem lembro. Ele não gostava, e já me colocava no balaio de gato dele e eu aceitava e concordava. Eu comecei a sentir um certo desconforto, fui perdendo o brilho no olhar, achava que tinha que agradar, aprender a gostar.  Isso porque eu nem era tão apaixonada por ele assim, imagina se fosse, tinha beijado o chão do indivíduo quando ele passasse. Sabe o que se chama isso? Baixa autoestima. Hoje, eu percebi porque adoeci, eu já tinha uma tendência para a ansiedade e o namoro com perda de identidade foi o gatilho.



Hoje, eu observo algumas pessoas se perdendo dentro de seus relacionamentos, principalmente mulheres, abrindo mão de seus hobbies, das coisas que gostam de fazer, perdendo a dignidade e a identidade para caber dentro do mundo do outro. Eu gostaria até de compartilhar um fato triste que minha mãe comentou comigo alguns dias atrás, ela estava ouvindo o programa de rádio de um padre e uma moça ligou dizendo que queria se suicidar porque não aguentava mais a forma como era tratada pelo marido, ela não aguentava mais se anular, achei tão triste, e me perguntei em que momento do relacionamento esta moça se perdeu de si mesma e não percebeu? Ou até percebeu, mas tinha medo de ficar sozinha? Por isso, devemos avaliar com extremo cuidado para não adoecermos dessa forma.

Olha esses exemplos, parecem bobos, mas as coisas começam assim: Seu/sua namorado(a) diz que adora a cor vermelha, mas você odeia, só que vai ao shopping e compra 300 camisetas vermelhas, para agradar, se sentir amado(a), não gosta, se sente o Papai Noel, mas está usando, você adora ir para a academia, mas seu namorado (a) diz que você não deve ir, que é chato, você desiste. Vai desistindo de sorrir, vai desistindo do respeito, vai desistindo de você e aos poucos vai perdendo a identidade. Hoje, eu percebo que fiz a mesma coisa e agradeço a Deus por não ter dado certo em uma época que eu nem me conhecia direito. É tão bom, quando você desenvolve o amor próprio, a sua identidade não se perde mais, se o outro for embora, está tudo bem, por mais que seja dolorido, isso não significa que você é um perdedor, que a vida acabou, que agora não tem mais sentido, não foi porque não tinha que ser. E você continua sendo você, inteiro, não precisa juntar os cacos da personalidade quebrada, porque ela continua inteira.  É muito importante que nós possamos nos conhecer a cada dia mais, olhar para dentro, sentir a dinâmica do relacionamento pra não se perder lá na frente. É importante ter vida própria, e não viver em função do que os outros vão pensar. As mulheres e homens que têm uma personalidade formada, sabem como e quando fazer concessões, de uma forma inteligente e que o respeito ao outro e à si mesmos seja o fator principal vivem mais felizes em seus relacionamentos. Esses relacionamentos tendem a ser mais saudáveis porque são mais equilibrados.

Se você se identificou com alguma coisa, talvez seja hora de reavaliar o seu relacionamento, principalmente se você mais chora do que sorri. Não perca a sua identidade em função do outro, só tem alguém que você deve ser imagem e semelhança. De resto, avalie se realmente vale a pena. Que a sua dignidade não se perca junto com a sua identidade na intenção de ser amado ou de aprender a amar.



E o próximo post de sugestão de leitor (a) será sobre procrastinação. Se eu fosse você não perderia! 

Um grande abraço! 

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