Avaliações rasas
Você já pensou nas avaliações rasas que você faz ou já fez, de pessoas, situações, lugares, ou já parou para pensar nas avaliações rasas que fizeram de você em alguma situação?
A avaliação rasa é aquele ultimato que damos sem ao menos ter conhecido o verdadeiro potencial seja para uma nova amizade, um relacionamento, um novo lugar preferido para os finais de semana ou quem sabe uma nova parceria para um projeto.
A avaliação rasa é aquele ultimato que damos sem ao menos ter conhecido o verdadeiro potencial seja para uma nova amizade, um relacionamento, um novo lugar preferido para os finais de semana ou quem sabe uma nova parceria para um projeto.
Eu vou te contar a história do restaurante que eu visitei com algumas colegas do curso de especialização em terapia floral, que me fez refletir sobre a possibilidade de uma segunda chance. Eu sempre ia almoçar em outro restaurante, mas uma colega de curso sugeriu que fossemos em um restaurante japonês que serve aqueles bowls, que são conhecidos como fast-food japonês, tem arroz, yakissoba, e um monte de coisa que eu não sei pronunciar o nome, rs. Na PRIMEIRA visita que fiz ao local pedi um yakissoba com lombo, mas eu não sou muito fã de carne, até como, mas muito pouco, e o prato veio com uma carne cheia de gordura, pra variar eu não estava naquele dia conseguindo comer com o hashi, peguei um garfo e pinguei molho shoyu na roupa. Para mim, foi um desastre, eu sai de lá, não gostando do restaurante, do prato, achando ruim...só gostei do preço, rs. Disse para minha colega que não gostei do lugar, e ela fez uma cara de espanto porque ela gosta bastante.
Passado um mês, nós fomos almoçar juntas novamente, e eu sugeri que fossemos até o mesmo restaurante (sei lá porquê), e resolvi escolher outro prato que definitivamente não me lembro o nome, mas era um bowl com arroz, ovos mexidos, gengibre rosa e carne de frango no molho, e para minha surpresa estava uma delícia e eu consegui comer com o hashi \o/, inclusive o arroz, rs.
O fato é que a minha escolha na minha primeira visita não foi adequada, eu me atrapalhei com o molho, com o hashi, fiquei nervosa, e decidi que aquele lugar não era para mim, mas dar uma outra chance foi uma grata surpresa, e eu passei a olhar o local com outros olhos. Foi imprescindível voltar até lá para mudar de opinião, e gostar do lugar.
Avaliações rasas acontecem também nos encontros. Sabe quando você sai somente uma vez com alguém, e nem dá tempo para o outro se desenvolver, e já corta da sua vida? Já aconteceu comigo e talvez com você também. O outro não se dá a chance de te conhecer melhor, e nem dá para você a chance de conhecê-lo melhor também. Quantas vezes nós não fazemos isso não é mesmo?Obviamente as pessoas têm o direito de rejeitar aquilo que não lhes agrada e a gente até entende, porque ninguém tem a obrigação de querer estar com alguém, e nós devemos respeitar as escolhas dos outros. É claro que tem algumas pessoas que realmente a gente não tem afinidade nenhuma, e não vai, não rola, e tudo bem, mas outras a gente até sente que pode ser legal, uma amizade ou um relacionamento, mas riscamos de nossa vida na primeira oportunidade, naquele dia de avaliação rasa, em que cismamos com o cabelo, com uma mancha no nariz ou com um atraso de 10 minutos.
Eu já fui avaliada de uma forma rasa, e também já avaliei pessoas da mesma forma e isso me fez pensar na superficialidade com que nós lidamos com as situações, lugares e pessoas, e que muitas vezes perdemos chances até bacanas porque não ouvimos fogos de artifícios ou as borboletas não bateram asas no estômago na primeira troca de olhares quando nos encontramos com alguém novo, ou desistimos de comer em um lugar diferente porque o garçom atarefado naquele dia esqueceu o bom dia, ou não fazemos novas amizades porque aquela pessoa arrogante (que na verdade é tímida) virou o rosto para a gente, e a gente resolveu desistir, ficamos somente com a primeira impressão, que talvez naquele dia por inúmeros motivos não tenha sido das melhores.
Eu penso que principalmente as pessoas são como o oceano, se você olha só para a superfície você se limita, pode perder muitas coisas, mas se você se permite dar um tempo, se isso não for prejudicial para você, claro, você consegue se aprofundar um pouco mais e mergulhar, e esse tempo pode sim revelar criaturas assustadoras que fazem parte do oceano, então, você decide que não é para você, mas o oposto também pode acontecer e criaturas belas podem saltar à vista e encher seus olhos de beleza, mas é preciso mergulhar, e nem todo mundo está disposto à mergulhos mais profundos, ficamos mesmo na superfície onde é mais seguro, raso e superficial, e sim, eu me incluo neste grupo de pessoas também, que muitas vezes tem medo de mergulhar.
Acredito que as experiências não tão boas que passamos, as rejeições que sofremos devido avaliações superficiais, e a forma rasa como já tratamos pessoas, se olharmos com carinho para essas situações, vemos que há algo muito bonito para se aprender, que nos prepara para não cometermos os mesmos erros com as novas pessoas, situações e oportunidades que aparecerão em nossas vidas.
Deixo essa reflexão com você também, para que nas próximas vezes em nossas vidas possamos avaliar com mais calma, pessoas, lugares e situações, e depois escolher de uma forma mais tranquila e ponderada se aquilo realmente merece ou não fazer parte da nossa história.
"Experiência não é o que acontece com um homem; é o que um homem faz com o que lhe acontece." Aldous Huxley
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