Eu sinto falta do sofrimento
O título do post de hoje é de uma
música que eu gosto bastante, e se chama “I miss the misery” da banda
Halestorm. Eu sempre ouço essa música quando eu estou meio preguiçosa, acho que a potência da voz da Lzzy Hale me acorda. A questão aqui é que eu
estava analisando a tradução da música e me perguntei o
que os compositores estavam sentindo e qual a mensagem que eles quiseram passar
com essa música, já ouvir dizer que é uma crítica aos relacionamentos abusivos, e talvez seja mesmo, afinal muita gente passa por isso.
A música fala explicitamente de
um relacionamento amoroso que acabou, mas que a pessoa ainda sente falta, mas
nesse caso, a falta é do sofrimento que esta relação trazia. Então, eu comecei
a pensar com os meus botões, será que realmente as pessoas podem se acostumar
com um sofrimento a ponto de sentir falta dele quando ele acaba?
Bom, cheguei à conclusão que sim.
Me lembrei das várias vezes que alguém desabafou comigo ou quando ouvi a
história de alguém sobre um relacionamento sofrido, um trabalho angustiante, um
relacionamento familiar que poda, que maltrata, e depois, de se libertar, a pessoa
volta, ela corre atrás do sofrimento novamente. Pois parece que aquilo agora
faz parte dela. A sensação de viver sempre numa montanha-russa torna a vida
instigante, mesmo que seja por um aspecto negativo, é uma
atração pela dor, às vezes, inconsciente. Já não se consegue mais viver sem todo o drama e sem todo o medo.
Acostuma-se ao sofrimento. É como se a pessoa tivesse uma dependência
psicológica, sem o sofrimento e sem a dor a vida se torna monótona.
Eu achei tudo isso muito triste,
e ao mesmo tempo, me dei conta de quantas pessoas vivem nessa
montanha-russa, quantas pessoas estão presas ao vício de sofrer, as relações afetivas,
as relações de trabalho são sempre angustiantes, causam ansiedade e depressão,
e lá no meio perdida da própria identidade, a pessoa afirma para si mesma, que
é isso, não há mais chance. E se joga novamente no sofrimento, às vezes, nem é
mais com a mesma pessoa, mas o padrão se repete. Relacionamentos que fazem
sofrer, trabalhos humilhantes (com pessoas que fazem questão de maltratar), e quando a libertação começa, a pessoa
tem medo de ser livre e tranca as próprias algemas para começar novamente o ciclo do sofrimento.
Se você se sente preso à um padrão de sofrimento, se está sempre se
depreciando, achando que não há nada melhor do que essa situação que você vive,
se você repete padrões onde o sofrimento está presente na sua forma mais cruel,
se você acha que merece migalhas de amor e de atenção, seja amoroso com você agora,
olhe para o âmago da sua alma e se for possível procure ajuda de um profissional qualificado
que pode te ajudar a se dissociar deste padrão. A vida é muito mais do que
isso, e eu acredito que você pode descobrir uma vida leve, sem sentir falta do sofrimento, você pode descobrir que é bom viver uma vida tranquila e em paz, sem esses relacionamentos roleta russa, e sim, com relacionamentos saudáveis. Você vai descobrir que você tem capacidade para conseguir outro trabalho, diferente desse em que te humilham, vai descobrir que não precisa dar satisfação para amigos que te fazem sofrer, entre outras coisas. Mas, é preciso uma ação da sua parte. É preciso movimento em direção ao melhor para você. O primeiro passo é identificar o padrão, o segundo é tentar se dissociar dele, e talvez você precise de ajuda. Pense nisso!
Vou deixar aqui embaixo, o vídeo
da música para você conhecer e o link para que você leia a tradução (clique aqui para ler a tradução) e analise
se esse padrão faz parte da sua vida. Se perceber que sim, talvez esse seja o
chamado para a libertação.
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