Quando o barulho é maior que a tempestade
Um dia desses, eu estava
refletindo sobre as preocupações e suposições que fazemos de uma determinada
situação que está nos preocupando ou incomodando. Eu estava avaliando o meu
comportamento diante de uma situação, e percebi o quanto me preocupei de forma
equivocada. Ao analisar os meus pensamentos e sentimentos em relação à
situação, o título do post de hoje veio à minha mente.
“Você se preocupou à toa. O
barulho foi maior que a tempestade.”
Sabe quando você vê o céu ficando
todo escuro, sente aquela ventania e os trovões que amedrontam, mas passados
alguns minutos, não cai uma gota de chuva? O céu volta a ficar claro e a
tempestade ameaçadora não acontece? Pois é, temos muito barulho, muita
agitação, e nenhuma tempestade.
Quantas e quantas vezes na sua
vida, você se preocupou excessivamente com alguma coisa, por causa de um
burburinho externo ou interno? Quantas vezes, você deixou de viver o presente
com mais leveza porque ficou focado no barulho antes da tempestade que no final
nem aconteceu? Eu já me preocupei muito mais com o barulho do que com a
tempestade, e aposto que pelo menos alguma vez na vida, você já fez isso
também.
Deste episódio, eu tirei algumas
lições importantes, vou compartilhar com você, quem sabe hoje ou outro dia
qualquer, alguma dessas lições possa ser útil para você.
Acalme-se
Quando você estiver muito
preocupado com algo ou com alguém, tente se acalmar tentando evitar pensamentos
catastróficos sobre as situações. Se você se sentir muito ansioso ou ansiosa,
pense que você não tem o controle sobre nenhuma situação, e por mais que você tente
se agarrar à necessidade de controle, ele não existe, e por incrível que
pareça, e por mais difícil que seja acreditar nisso, nesta vida só acontece
aquilo que realmente tem que acontecer. Então acalme-se, se a tempestade tiver
que vir ela virá, se ela não tiver que vir, ela se dissolverá.
Não tire conclusões precipitadas
Espere sempre, antes de emitir
uma opinião sobre uma determinada situação, espere fatos mais concretos, ouça
com calma. Faça de tudo para se observar. Se questione. Pondere. Antes de
concluir qualquer coisa precipitadamente por causa do barulho e da agitação que
chegam primeiro, tente silenciar o barulho interno, o barulho das emoções em
polvorosa, o barulho dos pensamentos confusos. Olhe-se primeiro para depois
olhar para o outro. Assim, você consegue olhar com mais clareza, e mesmo que o
céu lá fora esteja escuro, o seu céu interno estará claro e límpido, assim
torna-se mais fácil agir.
Presente, sempre presente
Será que um dia nós deixaremos de
nos preocupar com algo ou com alguém? Eu acho bem difícil, mas uma coisa nós
podemos fazer, para enfrentarmos os barulhos e as tempestades com mais
consciência, precisamos aprender a ter presença, a viver no presente. Quando os
barulhos antecipatórios chegarem até você, você deve imediatamente tentar
evitar os pensamentos automáticos que trazem medo, ansiedade e preocupação, mas
como? Se colocando no presente. Traga a sua mente para o agora, para a
atividade que você está realizando agora. Pense, que ainda é só o barulho da
tempestade, e se ela chegar até você, o que talvez nem aconteça, mas se
acontecer, você pensará em formas inteligentes e conscientes para enfrentá-la.
Ainda é só futuro incerto, ainda é só barulho. Ao fazer isso, você consegue se
acalmar e olhar para tudo com mais clareza. E pode evitar de ficar nervoso com
algo que talvez nem aconteça.
Bom, é claro que na vida
acontecerão barulhos e que tempestades às vezes chegarão com eles. Mas, na
grande maioria das vezes, só vai acontecer um barulho, trovões e relâmpagos,
mas a tempestade nem chegará a se tornar real. E você vai perceber que se
preocupou à toa, que ficou nervoso à toa, que deixou de dormir à toa, porque
decidiu não ficar presente e se concentrou no barulho, e aquilo que parecia ser
uma tempestade, na verdade era só um chuvisco.
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