Manter-se em movimento
“A vida é como andar de
bicicleta. Para ter equilíbrio você tem que
se manter em movimento.” Albert Einstein

Eu terminei a faculdade de
Farmácia e Bioquímica em 2013, depois de passar 4 anos estudando e mais 1 ano
fazendo estágio, eu só pensava em “puxar a palha”, dar uma descansada. Não
queria saber tão cedo de estudar novamente, dos cursos de inglês, enfim queria
ficar sossegada.
Mas, logo eu comecei a sentir um
incômodo, pois eu tenho a tendência de me tornar um ermitão, escondido na sua
concha, cada vez mais recolhida, de casa para o trabalho do trabalho para casa.
Só que esta rotina estava me deixando infeliz, eu às vezes ficava sentada no
sofá pensando no quanto a minha vida estava monótona, então eu começava a
divagar sobre as minhas escolhas, profissionais, pessoais, e vários
questionamentos começaram a surgir na minha mente em polvorosa. Então, num lapso
eu me matriculei em cursos que não tinham nada a ver comigo, fiz matrícula em
um curso de massagem terapêutica, não gostei, depois troquei de curso, fui
fazer estética facial, e achei muito chato, apesar dos dois cursos terem
começado com aulas de anatomia humana, uma disciplina que eu amava na
faculdade, eu não tinha um propósito com aqueles cursos.

Então, eu me fiz uma pergunta:
“Eu estou fazendo este curso por quê?” Eu não tinha resposta, não havia uma
empolgação, não havia um propósito. Eu desisti. Estas desistências me deixaram
triste, porque eu não queria fazer aqueles cursos, mas ao mesmo tempo, eu me
sentia estagnada, parecia que meu pé tinha ficado preso no freio e eu não
conseguiria sair mais do lugar.
Nesta altura do campeonato, eu já
tinha desistido de três cursos e das aulas de yoga, chegava em casa, tomava
banho, jantava, e ia assistir TV, quando enjoava, ia ler algum livro. Foi
quando a inércia começou a tomar conta da minha vida. Um dia conversando com
minha mãe, eu disse para ela que eu já não fazia nada que eu gostasse, eu
estava vivendo no piloto automático. E ela sabiamente me respondeu, que eu dava
desculpas, como a falta de dinheiro só
para poder postergar as coisas, que no fundo talvez eu não quisesse sair da
zona de conforto e da reclamação de “Ó céus, ó vida”.

Uma lampadazinha acendeu na minha
mente, e talvez realmente eu estivesse confortável naquela situação, era bom
dramatizar, lamentar que só eu trabalho, meu dinheiro não dá para nada, eu não
tenho pra onde ir, vou ficar em casa assistindo novela. Então, eu pensei o que
eu realmente gosto de fazer? Foi então que resolvi me matricular na
pós-graduação, na minha área de atuação, quando começaram os primeiros
trabalhos, eu vi que eu realmente gosto de escrever sobre DTAs (Doenças
transmitidas por alimentos), eu gosto de estudar os tipos de bactérias que podem
contaminar um alimento, eu amo ficar lendo rótulos de produtos alimentícios,
analisando se as informações atendem a legislação. Eu resolvi também voltar a
praticar yoga no Espaço com uma professora, eu amo yoga, ela mudou minha forma
de pensar, eu me perguntei por que eu parei? Eu resolvi também criar o blog, porque
adoro escrever sobre autoconhecimento, gosto de aprender coisas novas sobre
este assunto.

Eu voltei a me movimentar e deixar a inércia de lado, e percebi
que eu me sinto mais feliz quando minha mente está ocupada, quando eu tenho
objetivos, eu notei que não faltar às aulas de yoga, em me desafiar a realizar
um bom trabalho na pós-graduação, escrever no blog é muito gratificante. Quando
eu tiro uma boa nota em um trabalho, em uma prova, ou quando eu aprendo alguma
coisa em uma conversa com alguém, eu vejo que vale a pena se esforçar, se
manter em movimento constante, parar de postergar. Às vezes, o que estamos
fazendo, é dando desculpas esfarrapadas para não crescermos, para não sairmos da
zona de conforto. Estabelecer metas e propósitos pode nos ajudar a nos manter
em movimento.

Quais
desculpas você tem dado aos seus sonhos, aos seus projetos, aos hobbies que você abandonou?
Porque se até a Terra gira e está em constante movimento, por que você, meu
amigo, que mora dentro dela está parado? Pense nisso.
Nenhum comentário: