Adivinhando pensamentos
E então, você já fez isso? Tentou
adivinhar os pensamentos alheios?
Ideias como estas abaixo, já
passaram pela sua cabeça:
“Eu acho que fulano não respondeu
a mensagem porque deve estar chateado comigo.”
Será mesmo? O fulano veio te
dizer isso?
“Eu acho que a cicrana tem raiva
de mim, ela me olhou com a cara tão estranha. Será que ela está chateada porque
naquele dia de mil novecentos e bolinha, eu esqueci de dar bom dia para ela?”
Será mesmo? A cicrana disse para
você que não vai com sua cara, ou que está chateada com um fato de mil
novecentos e bolinha?
Por que eu resolvi escrever sobre
isso? Porque identifiquei esse tipo de comportamento em mim, na verdade, a
terapeuta identificou, hahaha. Eu percebi que faço esse tipo de coisa com uma
frequência absurda, que é ficar imaginando por que a pessoa não fez isso, por
que a pessoa não me respondeu, por que a pessoa não falou comigo, por que a
pessoa desistiu de um serviço que eu ofereço, e as respostas para todas essas
perguntas sempre são negativas e quase nunca verdadeiras.
Só para você ter noção do absurdo
que eu cometia (eu coloquei no passado porque já é algo que eu estou
trabalhando para melhorar e espero que realmente fique no passado) em relação à imaginação, eu vou lhe contar um caso
que aconteceu comigo semana passada, quem sabe você não identifique uma
situação semelhante na sua vida e isso sirva para você buscar ajuda, porque
minha gente, tentar ficar adivinhando pensamento e sentimento alheio causa um
sofrimento danado.
Eu tenho 03 amigas e nós nos
conhecemos na faculdade, a nossa amizade continuou depois que nós nos formamos,
a gente sempre se fala pelo whatsapp em um grupo que foi criado por uma delas,
até aí tudo bem. Só que fazia já algum tempo que uma dessas amigas não entrava
no aplicativo, não respondia as mensagens, mas, estava tudo bem porque às vezes
ela dá uns sumiços desses, e já tinha avisado a gente que o celular dela estava
quebrado, rsrs. Mas, de repente ela consertou o celular e saiu do grupo do
whatsapp, assim, sem mais nem menos. Eu fiquei construindo na minha mente 1001
teorias mirabolantes, pensando: "E se ela estiver com raiva da gente, e se ela
estiver passando por algum problema, e se, e se, e se?" E não tive coragem de
perguntar nada pra ela, transferi todas as minhas dúvidas para outra amiga. Que bagunça desnecessária que eu fiz, mas é vivendo que se vai aprendendo e vamos atarraxando os parafusos soltos, rsrs.
Resultado, ela consertou o
celular e saiu do grupo por acidente. Assim, bem simples mesmo, já voltou a
falar conosco e está tudo bem. Na verdade, sempre esteve tudo bem, mas a minha
mente queria que eu acreditasse que não estava, que eu poderia ter falhado em
algo, e eu pensei tanta coisa, que estava realmente me sentindo chateada.
Então, depois de identificar isso
e já começar a trabalhar neste padrão de comportamento, eu estava pesquisando
na internet algumas ferramentas para melhorar esta questão para mudar o
pensamento e me deparei com um livro muito legal no Google Books, chama-se “Vencendo
a ansiedade e preocupação com a terapia cognitivo-comportamental – Manual do
Paciente” dos autores David A. Clark e Aaron T. Beck. Não dá para ler tudo no
Google Books, mas ter uma prévia me despertou a vontade de ler este livro. Olha
só esse trecho, que fala sobre os erros de pensamento:
“Minimize os erros de pensamento
Muitos dos erros de pensamento
discutidos no Capítulo 3 são dominantes quando nos expomos a situações de medo
social. Ler pensamentos (presumir que sabemos o que as outras pessoas estão
pensando), tirar conclusões precipitadas, visão em túnel e pensamento tudo ou
nada são erros comuns. Aprender a identificar esses erros e lembrar a si mesmo
de que seu modo de ver a situação é provavelmente tendencioso e excessivamente
negativo é uma estratégia importante a praticar. O fato mais importante a ter
em mente é que nenhum de nós pode ter certeza sobre o que os outros pensam de
nós ou pode controlar o que as outras pessoas pensam de nós. Todos temos que
aceitar que existe muita coisa desconhecida e além de nosso controle em
situações sociais. Tentar adivinhar o que os outros estão realmente pensando de
nós é terreno fértil para que erros de pensamento invadam nossas conclusões.”
Viu só, acho que não preciso
dizer mais nada né. Mente clareando em 3,2,1 ... rsrs.
É importante, que você avalie
esses pensamentos e a frequência que este tipo de comportamento acontece na sua
rotina. Atualmente, eu percebo o quanto fiz e o quanto faço isso, e para mim,
essa percepção é de extrema importância para que eu possa trabalhar esse padrão
e ir mudando esses pensamentos. Eu ainda não li o livro completo, mas como é um
assunto que me chama a atenção, eu vou comprá-lo e assim que eu puder faço uma
resenha sobre ele aqui no blog. Mas, eu recomendo que se você ao ler este texto
percebeu que você também faz a mesma coisa, procure ajuda, um bom psicólogo
pode te ajudar. E se você tem preconceito com terapia, acho melhor tentar mudar
esse padrão limitado de pensamento, a terapia só vai te ajudar a se tornar a
melhor versão de você mesmo, pode acreditar! Se você tiver interesse, e morar
na região de Carapicuíba, Osasco, Barueri ou São Paulo, eu posso te passar o
contato da minha terapeuta (psicóloga), é só me mandar um e-mail.
E agora, vamos parar de tentar
adivinhar todos os comportamentos e pensamentos dos outros? Vamos
tentar viver de uma forma mais equilibrada e consciente? Se você respondeu sim,
saiba que você é o protagonista da sua história e mudá-la para melhor só
depende de você, afinal:
“A jornada de mil quilômetros
começa com o primeiro passo.” Lao - Tsé
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